Palácio Quintela

A FICOPE prestou os serviços de gestão das obras, fiscalização e coordenação de segurança.
O Palácio Quintela foi mandado edificar por Luís Rebelo Quintela sobre as casas arruinadas pelo Terramoto que pertenceram aos Condes do Vimioso e Marqueses de Valença. Herdado pelo sobrinho Joaquim Pedro Quintela, Barão de Quintela, este ampliou o Palácio, conferindo-lhe a grandeza que apresenta. Foi neste Palácio que se instalou Junot em 1807/1808, durante as Invasões Francesas.
Reconstruída das ruínas após um incêndio provocado pelo terramoto de 1755 em Lisboa, a antiga residência do Barão Luís Rebelo de Quintela, no Chiado, está a poucos dias de voltar a renascer com uma nova vida e poder ser também “a tua casa”. Este é um dos grandes objetivos dos promotores do Palácio Chiado (nº70 da Rua do Alecrim), em plena contagem decrescente para abrir as portas ao público. O idealista/news testemunhou os trabalhos de reabilitação deste espaço histórico, que vai agora oferecer sete diferentes conceitos gastronómicos e de entretenimento, distribuídos por cerca de mil metros quadrados.
A fachada mantém-se. E o ambiente romântico dos tempos nobres do Barão Quintela e da sua família continua a sentir-se após a intervenção nos interiores, tal como podes ver no vídeo e na galeria de fotos. As salas amplas e os seus tetos altos e trabalhados, a majestosa escadaria, os mármores, os frescos, as paredes e os vitrais, que mantêm os traços cromáticos e as alusões mitológicas, caraterísticos deste sumptuoso edifício do século XVIII.
“Ser o mais fiel ao original” foi a grande máxima do projeto de reabilitação do Palácio do Chiado, que é Imóvel de Interesse Público e estava fechado e abandonado, depois de ter sido a morada do IADE – Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing durante anos.
Devolver a autenticidade ao Palácio
“Após mais de um ano e meio de desenvolvimento do projeto, a obra em si durou apenas cerca de três meses e meio, porque houve muito pouca intervenção. Aproveitámos o que estava feito, de modo a adaptar às necessidades daquilo a que nos propomos”, conta Duarte Cardoso Pinto, que em parceria com os irmãos Gustavo e António Paulo Duarte é um dos sócios do Palácio Chiado.
Responsável pelo projeto de arquitetura, Frederico Valsassina explica, por sua vez, que o palácio tinha sido utilizado por uma instituição de ensino ao longo de várias décadas e estava degradado devido à sua utilização, mas estava relativamente bem conservado. “E, por isso, foi feita uma intervenção cuidada e pouco interventiva”, diz, destacando que “foi mais destruir que construir, para voltar ao original, porque este é um palácio excecionalmente bem construído e muito bem tratado”.
O mesmo cuidado teve a responsável de conservação e restauro do Palácio. Elvira Barbosa conta, também ao idealista/news, que “devido a infiltrações, velhice e intervenções ao longo do tempo, era preciso fazer um trabalho de manutenção”. “Para isso, intervimos em termos de estrutura e camada cromática e tentámos recuperar o mais possível, pelos métodos tradicionais mantendo o original e removendo intervenções”, explica.
O desafio de adaptar para novos serviços sem destruir
Para adaptar o Palácio do Chiado à nova atividade de restauração e serviços de entretenimento “tivemos de criar todas as condições técnicas estruturais para o seu funcionamento sem entrar conflito com estas existências fortíssimas”, acrescenta o arquiteto Valsassina, confidenciando que o maior desafio foi o problema da ventilação. “A água e o esgoto foi fácil de tratar, mas a ventilação pela sua dimensão foi o mais complicado”.
O antigo jogador de rugby, que agora se move no campo dos negócios, está convencido de que “está a virar-se o paradigma destes espaços magníficos que estão fechados”. “E este é que é o caminho”.
Esta visão é partilhada por Frederico Valsassina. “As cidades têm de ter este mix entre terciário, serviços e habitação, porque se não tornam-se dormitórios. Estes edifícios quando são bons e têm uma arquitetura que facilita a adaptação para outras atividades, têm imenso potencial, como é o caso do Palácio”, argumenta o arquiteto.
 
 
O que este Palácio vai oferecer de diferente
Preparado para receber entre 1.000 e 1.500 pessoas por dia, entre lisboetas e turistas, o Palácio do Chiado promete, nas palavras de Cardoso Pinto, “oferecer uma experiência totalmente diferente face aos outros espaços que já existem na capital portuguesa”. Aqui, frisa o gestor, “não está em causa apenas a gastronomia [que claro que é uma aposta], mas sobretudo a vivência deste espaço”. “Que as pessoas se sintam num ambiente exclusivo e bonito, mas confortável e intimista, como se o Palácio fosse a sua casa”, explica.
Com uma única entrada pela Rua do Alecrim (que une o Largo de Camões ao Cais do Sodré), logo na entrada do Palácio está o bar, que ocupa a quase totalidade do piso térreo e onde se pode tomar um copo ou fazer uma refeição ligeira e rápida. De destacar que também no piso de baixo, além de bengaleiro, existe um pequeno pátio para fumadores.
Ao fundo deste andar, na primeira sala, estão quatro dos sete conceitos gastronómicos do Palácio. Com um preço médio a rondar os 15€ por pessoa, em causa estão o Meat Bar by Atalho; o Páteo no Palácio by Páteo do Petisco; o Burgers and Feikes by U-Try e o Local Chiado by Local – Your Healthy Kitchen.
Já no piso superior, com um carisma mais sofisticado, existe uma outra sala que tanto pode ser ocupada pelos visitantes como alugada para grupos ou eventos de empresa. No primeiro andar estão também os outros três conceitos do Palácio, cada um com o seu espaço próprio e uma oferta mais requintada, para ser desfrutada com mais calma.
Com um preço médio mais elevado, que poderá variar entre 25 euros e 50 euros por pessoa, em causa estão a Espumantaria do Mar by Espumantaria do Cais e o Delisbon by Charcutaria Lisboa; Sushic Chiado by Suschic.